Casa Couri

No lote de 713m² destinado a este projeto, localizado em um condomínio residencial, encontra-se um solitário pequizeiro, árvore nativa, protegida legalmente, e muito representativa do cerrado brasileiro. Contígua ao lote, uma área verde não edificável, ainda em florescimento, promete se tornar um bosque densamente arborizado, comum aos moradores do condomínio.

O projeto concilia este contexto ao desejo da família: construir uma pequena casa térrea, com varanda sombreada, obtendo o maior espaço de área verde possível.

A estratégia adotada foi de desenhar a planta em forma de fita que se desenvolve pelo lote, ajustando-se ao seu perímetro, de modo a criar vazios por meio dos quais se obtivessem as relações espaciais pretendidas.

Estes vazios, convertidos em pátios de estar e lazer, promovem o contato com os jardins e com a área verde vizinha. Nesta configuração, o pátio que se abre para o bosque acolhe também a árvore nativa, o pequizeiro permanece ali, como singelo registro de uma paisagem preexistente.

Uma varanda central, estrategicamente posicionada, segrega e integra, ao mesmo tempo, os setores social e íntimo da casa, pois para passar de um ao outro é preciso atravessá-la. Por meio dela, integram-se também os dois pátios.

A distribuição dos espaços e suas relações promovem percursos inusitados pela casa, pois é natural se caminhar por um espaço aberto para se chegar a outro fechado, como o que se faz entre a sala de estar e a varanda, passando pelo pátio, ou da sala de jantar para a sala de tv, passando pela varanda. De modo que, cotidianamente, se experimenta esta relação de continuidade entre dentro e fora, e por meio dela o contato com a natureza e com o céu.