Ágora Tech Park

2018

Ágora Tech Park

2º Lugar – Concurso Nacional de Arquitetura

Cabe a uma nova ágora, em contexto urbano tão distinto quanto inóspito, criar, a partir de si mesma, o locus de uma cidadania possível e futura em contexto público ainda incipiente. Essa cidadania possível se expressa, no caso, não por profundos ideais de representação política, mas como lócus contemporâneo de uma urbanidade necessária ao polo que se almeja implantar no campus isolado. Urbanidade que urge dadas as atividades de armazenamento e logística que, via de regra, são atualmente mais ocupados por máquinas do que por seres humanos. Portanto, o espaço que se propõe lançar com este Plano de Ocupação é o espaço do comum, mais ligado etimologicamente à ideia de rés pública, em oposição ao não-lugar criado pelos armazéns fechados e arranjados pelos princípios da eficiência e economicidade.

Embora em espaço privado e com acesso controlado, almeja-se polarizar, ao fundo do campus, as atividades de caráter criativo e especulativo que possam criar um ecossistema de empresas e pequenas revoluções ou emergências, disrupções em ambiente de saudável cooperação e interação. Assim, é preciso recriar o território e suas conexões a partir de seu elemento mais significante: sua paisagem com o horizonte descortinado, mediado pelo remanescente de mata atlântica que adentra a área desse Plano de Ocupação. Portanto, embora indicada como possível nas bases do concurso, a remoção desse remanescente de mata é descartada. Ao contrário, sua preservação passa a ser “cláusula pétrea” do Plano e configura sua primeira e principal estratégia.

Disso, nascem três zonas, em hierarquia: 1) zona de mata remanescente; 2) zona de amortecimento ou buffer zone; 3) zona aedificandi. A primeira caracteriza-se pela necessária e rigorosa preservação da mata nativa, com possibilidade de uso intensivo pelos usuários da Ágora, marcada por intervenções de baixo impacto. Discretas, dedicadas ao pedestre e à fruição da própria mata, a intervenção deve permitir pequenos equipamentos destinados a própria manutenção, monitoramento e observação dessa zona. A segunda caracteriza-se por uma zona de distanciamento e transição entre o bioma nativo e o paisagismo projetado desde a primeira etapa de execução, que abarcará todo o terreno.

Deve constar de espécies arbóreas e arbustivas oriundas prioritariamente da Mata Atlântica, mas que sobrevivam em isolamento e configurações mais rarefeitas, à feição de parque. A finalidade precípua é transitar rumo aos pátios cobertos e descobertos, pilotis e gramados livres para a aglomeração, tanto para momentos de ócio e celebração quanto para momentos de ensino, pesquisa e reuniões coletivas de co-criação, além de oficinas que podem se valer dessa relação com a paisagem como forma de estímulo ao pensar juntos, ao pensar holístico e complexo. A terceira caracteriza-se pelas zonas manchadas de forma autônoma e propositalmente desconectadas que ensejam parâmetros de edificação distintos.

Ficha-técnica

Projeto: 2018
Área: 6.960m²
Localização: Distrito Industrial, Joinville/SC

Autores: Eder Alencar, André Velloso e Manoel Fonseca
Estagiários: Isabella Derensusson, Victor Itonaga, Angelina Trotta, Clara Rezende e Luana Alves

Consultoria em Conforto Ambiental: Juliana Andrade

 
 
 
 
 

Projeto: 2018
Área: 6.960m²
Localização: Distrito Industrial, Joinville/SC

Autores: Eder Alencar, André Velloso e Manoel Fonseca
Estagiários: Isabella Derensusson, Victor Itonaga, Angelina Trotta, Clara Rezende e Luana Alves

Consultoria em Conforto Ambiental: Juliana Andrade