Museu Marítimo do Brasil

2021

Museu Marítimo do Brasil

Concurso Nacional de Arquitetura

Esta orla marítima de importância secular é o elo que conecta passado e presente, cidade e mar, país e mundo. É neste local estratégico que surge o Museu Marítimo do Brasil, inserindo-se como o mais novo equipamento cultural da região. Unido a outros museus, edifícios tombados, igreja e praças, o novo museu unirá tempos, cabendo aos passantes-visitantes a tarefa de conectar tais pontos no espaço. Ao permitir o fluxo livre de pedestres no nível térreo, a proposta busca resgatar a união e interação entre homem e mar pelo acesso direto e franco à orla. Assim, a tradição da relação entre brasileiros e os corpos d’água, ricamente presentes em nosso território (mar, baías, enseadas, praias, rios, ribeirões, lagos, represas, açudes), é efetivada pelo partido inicial do projeto.

A nova nau, o edifício anelar, ancora-se ao porto por 16 duplas de pilotis em concreto, flertando, desse modo, com a arquitetura vernacular ribeirinha, das construções em palafita fincadas em terrenos sujeitos às variações das águas. Acessada por duas prumadas de circulação vertical (escada e elevadores), seu interior emoldurado por treliças metálicas abrigará o percurso expográico, composto pelas funções institucional, sociocultural, educacional e administrativa do projeto, destacando-se galerias para exposições permanente e temporária, café, auditório e espaço para convenções. Anexo a ele, como um bote salva-vidas, uma pequena edificação-satélite comportará o acervo técnico, além de estabelecer transição volumétrica entre as edificações circunvizinhas (Tribunal Marítimo e Capitania dos Portos – CPRJ) e o novo museu.

Na composição do grande edifício, destacam-se aberturas estrategicamente posicionadas, sendo duas maiores e outras menores, em maior número. A primeira escotilha abre-se para a cidade, sua urbanidade, seu frenesi e intensidade, sua concretude. Junto a um café, tal espaço avarandado traz o adensamento, as interações e as trocas típicos da paisagem urbana descortinada. No lado oposto, a segunda escotilha, maior e, portanto, mais rarefeita, debruça-se sobre a imensidão do mar. Como proa, permitirá ao visitante um momento contemplativo, em contato com a brisa, com os sons da água, com a solidão, consigo mesmo. Já em maior número, recortes serão posicionados, tal qual periscópios, rastreando visadas específicas da paisagem. Por fim, no espaço contido pelo anel, um pátio aquático permitirá a exposição de embarcações históricas, que se juntam àquelas já existentes a serem dispostas ao longo da mole liberada dos antigos galpões: Navio-Museu Bauru, Submarino-Museu Riachuelo, Escuna Nogueira da Gama, Nau dos Descobrimentos, Rebocador Laurindo Pitta, helicóptero e tanque.

Ficha-técnica

Projeto: 2016
Localização: Rio de Janeiro/RJ

Autores: André Velloso, Eder Alencar e Danielle Gressler
Colaboradores: Gabriel Lordelo e Thaís Lacerda
Memória: Ricardo Trevisan
Estagiários: Isabella Derenusson, Marcos Cambuí, Mariana Castro, Victor Itonaga e Gabriel Perucchi

Engenharia: Luciano Bezerra, Breno Alves e Lucas Gusmão
Conforto Ambiental: Juliana Andrade

 

 
 
 
 
 

Projeto: 2016
Localização: Rio de Janeiro/RJ

Autores: André Velloso, Eder Alencar e Danielle Gressler
Colaboradores: Gabriel Lordelo e Thaís Lacerda
Memória: Ricardo Trevisan
Estagiários: Isabella Derenusson, Marcos Cambuí, Mariana Castro, Victor Itonaga e Gabriel Perucchi

Engenharia: Luciano Bezerra, Breno Alves e Lucas Gusmão
Conforto Ambiental: Juliana Andrade