Casa Mahalo

Considerando o formato alongado do terreno, e a sua relação com as visuais para a cidade, a implantação da casa desenvolve-se ao longo do seu eixo longitudinal – leste-oeste.

A partir desse eixo, os espaços se desenvolvem de modo a ocupar adequadamente o terreno, ajustando-se à topografia e integrando-se à natureza, que se mantém presente em todos os espaços e percursos.

Fisicamente, a casa se materializa em dois corpos, um pavilhão horizontal, abrigo diáfano e permeável da quase totalidade do programa de necessidades, e uma torre, um volume hermético com aberturas controladas para a paisagem, onde se encontram o escritório, no nível térreo, e uma sala de estar, no nível superior.

A estrutura é modulada e busca adequar-se à lógica da implantação. Ao longo do eixo leste-oeste, desenvolvem-se 4 vãos de 9m, com balanços de 6m em cada extremidade. No sentido transversal, tem-se um vão de 6m com dois balanços de 2m para cada lado. Desta forma, define-se a estrutura pavilhonar do volume horizontal. A torre é realizada com paredes de concreto moldadas no local.

A arquitetura que propomos aqui busca ecoar sentidos e sutilezas encontrados em Brasília, na relação harmoniosa entre o construído e o não construído, entre o cheio e o vazio, nas formas delicadas como a arquitetura paira sobre o chão sem obstruí-lo, permitindo sua continuidade e a multiplicidade dos percursos possíveis. Nestas relações dá-se um belo e inspirador encontro entre arquitetura e natureza.

Nosso desenho procura consubstanciar um sentido geral, a relação entre arquitetura e natureza em uma imagem única, uma síntese – a paisagem recriada. É neste lugar que gostaríamos de situar o ser humano, nesta relação dialética e fecunda.